Pix: o que é, para quem é e como funciona?
O Pix chegou e já começa a funcionar nesta segunda, 16, com a promessa de romper os limites do sistema financeiro. No entanto, muita gente ainda não entendeu seu conceito e funcionamento. A Tecnobank explica!
Que tal fazer um pagamento tão rápido e descomplicado quanto uma conversa por aplicativo? E já imaginou não precisar de TED, DOC ou algo assim? Tudo isso é realidade com o Pix, o sistema instantâneo de pagamento e transferências que entrou em operação no dia 3 de novembro, em fase restrita.
As principais vantagens são: mais competição no mercado, maior inclusão de pessoas, aumento de facilidade nas transações e menos custo para os usuários.
Mas o que é o Pix exatamente e como funciona? Todos podem utilizá-lo? Tire estas e outras dúvidas com a Tecnobank!
Conheça o Pix
O Pix é o pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil. Por meio dele, o dinheiro pode ser transferido entre contas (corrente, poupança e até pré-paga) em poucos segundos, em tempo real, inclusive em aplicativos móveis.
Ao fazer um pagamento ou transferência, o valor cai imediatamente na conta do favorecido, não importando a hora, tampouco se é dia útil ou feriado. Também é irrelevante se o destinatário e o recebedor da operação têm conta na mesma instituição financeira.
É uma alternativa a modelos como a tradicional Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC), além de boleto, cartões e cheque. Portanto, o Pix não é somente uma ferramenta de pagamento cujo forte é a rapidez, com teto de 10 segundos para finalizar uma movimentação.
Seu modelo segue os passos do Real-Time Payments System, lançado nos Estados Unidos em 2017. O RTP é o sistema de pagamentos em tempo real para todas as instituições financeiras norte-americanas; é utilizado não só pelas fintechs, mas também por grandes corporações do setor.
Cabe ao Banco Central os papéis de regulador, definindo as normas de funcionamento do Pix, e de gestor das plataformas operacionais, fornecendo as condições tecnológicas necessárias.
O BC desenvolveu e opera a infraestrutura, que liquida as transações e faz um pagamento acontecer em segundos, e a plataforma, que possibilita o pagamento de maneira intuitiva e com informações simples. Sua intenção é aumentar a eficiência, a competitividade e a digitalização de nosso mercado de pagamentos do varejo.
Quem pode utilizar o Pix
Todos os brasileiros, tanto os pagadores quanto os recebedores, que devem ter conta em banco, fintech ou instituição de pagamento, podem utilizar o Pix. Para isso, todos os bancos ou aplicativos de carteiras digitais com mais de 500 mil contas são obrigados a oferecer o novo método, conforme resolução do Banco Central.
Entretanto, é bom destacar que a fase inicial, de operações restritas, tem um limite de 5% dos clientes. É esperado que os 95% restantes não consigam fazer operações antes de 16 de novembro. Se isso acontecer com você, a orientação do BC é que entre em contato com a instituição financeira para saber se ela está na etapa de testes.
O Pix serve para pessoas, empresas de todos os portes, privadas ou públicas, pagamento de contas/ faturas e muito mais. Com ele, você pode fazer uma movimentação rapidamente, como ocorre em um bate-papo; pagar um serviço, acertar as contas com amigos, fazer compras simples ou complexas. Como por exemplo:
Adquirir um produto em e-commerce;
Pagar taxas e impostos;
Fazer uma transação B2B (business to business), entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores.
Como isso acontece? Basta solicitar ao seu banco que vincule um de seus “apelidos” com a sua conta. Entenda no próximo tópico... Vamos lá!
Como funciona o pagamento instantâneo
Basicamente, o Pix funciona a partir do uso de informações comuns, como CPF, CNPJ, e-mail ou número de celular. São os chamados “apelidos” ou chaves de acesso, que precisam ser associados à sua conta, para que o Banco Central faça o reconhecimento e processe uma movimentação financeira.
Com cada participante da transação possuindo uma chave, ao realizar o pagamento ou transferência, você seleciona o “apelido” para identificar o recebedor. Em outras palavras, em vez de pedir aqueles dados bastante conhecidos (agência, conta, CPF), você deve apenas solicitar ao recebedor a chave do Pix, sua identificação de preferência cadastrada previamente.
Pode ser ainda uma chave aleatória, uma sequência alfanumérica gerada automaticamente para quem não deseja vincular os dados pessoas às informações da conta transacional.
E mais: uma chave usada em um banco não poderá ser aplicada ao mesmo tempo em outro, porém, existe a opção de fazer a portabilidade dela.
Resumindo o funcionamento do Pix:
Acesse o aplicativo do seu banco e clique na opção de pagamento instantâneo;
Defina se será pagamento ou recebimento;
Preencha os campos solicitados e conclua a transação, sendo as informações dela confirmadas em seguida para o pagador e o recebedor.
A imagem fornecida pelo BC ajuda a explicar o passo a passo:
Limites, taxas e mais sobre o Pix
Outra proposta é integrar o Pix com pagamentos sem contato, pelo NFC – semelhante ao QR Code, só que mais rápido, porque depende unicamente de aproximar o aparelho, e não da leitura com a câmera.
Em breve, também serão permitidos saques em qualquer estabelecimento, como o mercado da esquina ou a loja de roupas. Para tanto, bastará transferir dinheiro para a empresa e, logo depois, recebê-lo em espécie.
Certo, o Pix é prático, rápido, mas quanto custará fazer transferências e pagamentos com ele? A resposta é: muito mais barato para as instituições financeiras na comparação com o TED e o DOC, por exemplo.
Para você ter uma noção de taxas, as transferências convencionais custam de seis a sete centavos; enquanto o Pix cobrará um centavo a cada 10 transações. Sem falar nos preços diferentes nos pagamentos agendados ou em liquidação durante a madrugada.
Todavia, o Banco Central deixará a cargo de cada instituição financeira se e como vai repassar o custo aos clientes, e promete monitorar eventuais violações ao direito do consumidor devido cobranças abusivas.
No caso das pessoas físicas, as movimentações são gratuitas, seja para transferir para outra pessoa, receber, pagar um café na padaria ou um imposto.
Não há limite mínimo de valor nas transações via Pix. Você pode movimentar a partir de R$0,01.
Quanto ao máximo, em geral, também não há. No entanto, as instituições que oferecem o sistema instantâneo poderão estabelecer limites, para mitigar riscos de fraude, prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, entre outros critérios.
Dicas de segurança da Tecnobank com o Pix
Por falar em golpes, atenção! Não é preciso baixar aplicativo ou programa adicional para aproveitar o Pix.
Os bancos e similares que aderirem a ele devem disponibilizar o novo recurso nos softwares que já possuem, ainda que algumas empresas alterem seus apps ou lancem versões diferentes para adequação à novidade. Mas isso não deverá ser uma regra.
Muito cuidado ao receber supostos links recebidos por e-mail ou WhatsApp, para fazer download do Pix ou tentativas semelhantes de roubar seus dados.
Na dúvida, busque orientações com seu banco antes de realizar qualquer ação. Certifique-se de não estar caindo em uma armadilha.
Segundo o BC em caso de fraudes financeiras, caberá à instituição financeira na qual a chave do Pix está cadastrada analisar o caso e realizar o ressarcimento.
Benefícios e potenciais do Pix
O aumento da velocidade nas transações bancárias é um dos benefícios do Pix, que tem o potencial ainda de:
Impulsionar a competitividade e a eficiência;
Baixar o custo, aumentar a segurança e otimizar a experiência dos clientes;
Promover a inclusão financeira; e
Preencher lacunas nos instrumentos de pagamentos disponíveis hoje para a população.
É importante destacar também vantagens como: disponibilidade imediata de recursos, o que tende a diminuir a necessidade de crédito; custo de aceitação abaixo dos demais meios eletrônicos; facilidade de automatização e de conciliação de pagamentos; redução do uso de cédulas; favorecimento de geração de serviços com maior qualidade e menor custo, entre outros.
QR Codes do Pix
Outro ponto relevante é que o usuário poderá ter seu próprio QR Code e receber dinheiro usando o Pix por meio de pagamentos por aproximação.
A tecnologia de QR Code integrada dispõe de duas versões, uma dinâmica e outra estática. Na primeira, mais indicada para caixa de estabelecimentos comerciais, o código muda a cada transação. Além do valor, este código pode trazer dados como a identificação da loja.
No código estático, um recebedor fixo será identificado, podendo o QR contar ou não com valor pré-definido. Provavelmente, esta modalidade será mais usada por pessoas físicas.
Para o diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil, João Manoel Pinho de Mello,